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Pra Não Ficar Maluco

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012


     Família sempre foi a coisa mais importante pra mim, tanto no seu sentido usual, envolvendo os laços de sangue, quanto no sentido estendido, onde todos fazemos partes de uma mesma família. 

     Na minha vida fui afortunado com o privilégio de participar de algumas, e a Devir sem dúvida foi uma das mais importantes. Nessa 3a feira, 7 de fevereiro perdemos um pai prematuramente. Ver toda a família Devir reunida no seu enterro me fez sentir tanta saudade, me pôs a pensar em quanto aprendi com ela e com seu gênio inspirador, o grande Mauro Martinez dos Prazeres.

     Na Devir experimentei o que é trabalhar com pessoas queridas dando tudo de mim para não deixá-las na mão; descobri que meu jeito de ser tinha seu valor e podia somar e contribuir à um bem comum; construí relações humanas que carregarei comigo pra sempre, inclusive meu grande amor; cresci imensamente como ser humano; recebi amor, carinho, apoio e orientação; e aprendi, especialmente com o Mauro, que era permitido ser adulto e continuar sonhando.

     Me disse ele uma vez "Você está cercado de pessoas que mudaram o mundo, o que é que você está esperando?"

     Quantos chefes te encorajam a querer mudar o mundo...?

     Demorei pra descobrir o quanto ele estava certo... por muito tempo pensei que minha saída da Devir e minha incursão no mundo da música tinha sido uma maneira de escapar do mundo dos rpgs, quadrinhos e jogos, que não passavam de ficção e fantasia, para experimentar as coisas de forma mais direta, mais visceral, mais real, através da música.

     Besteira!! Descobri que a música é tão real quanto uma história do Batman, e que fantasiar e sonhar talvez seja hoje mais essencial do que nunca na história da humanidade, e pra isso o Mauro fará muita falta...

Mauro, nunca me esquecerei do tempo que passamos juntos, das noites musicais na casa do Dudu, das reuniões esfumaçadas, das conversas de corredor... e também nunca me esqueço da sua canção, que você me ensinou e me pediu pra cantar, lembro que você queria que eu fizesse do meu jeito, e estou sempre procurando esse jeito...

     Batizei de "Pra Não Ficar Maluco", a letra e música são do Mauro, e o arranjo é meu, dentro dessa minha pesquisa de texturas vocais. Como tudo que posto aqui, trata-se de uma gravação caseira de um trabalho em desenvolvimento que ainda pode melhorar bastante mas esse é o resultado até agora. Queria muito dividir isso com todos que conheceram o Mauro e com todos que não tiveram esse privilégio... é só apertar o "play". 
(Atentem para as músicas incidentais, o tema de StarTrek e a música do Fausto Fawcett que era cômico flagrar o Mauro cantando)


Não sei, não vou, não fico,
E sem saber eu grito,
Pra ver se eu mesmo escuto,
Pra não ficar maluco.

Só sei que nada entendo,
Penso e não compreendo,
Porque eu nunca consigo,
Estar em paz comigo.

Então parado eu corro,
E estando vivo morro,
Na dúvida, na loucura,
Na prisão escura, que eu sei que sou pra mim.


NelsonMP –   – (14 de fevereiro de 2012 às 17:29)  

Nossa Julius!!!
É a homenagem mais incrível que alguém poderia fazer. Vi esta música nascer, ainda no final década de 70, e, eu já nem lembrava mais. É muita emoção ouvir isto retornar agora, com todo este arranjo, citações, carinho, sentimentos e riquezas. Ele deve estar vibrando... vibrando nesta energia, em dor e alegria, e orgulhoso da sua coragem de mudar, de estar conseguindo "fazer do seu jeito".
Isto dá todo um novo sentido para o "maluco beleza" cantado na despedida.... E, quando ele diz: "na prisão escura, que eu sou prá mim" é a Alma genial dele que estava presa num corpo de limitações. Mesmo assim ele fez um grande trabalho.
Amigo há muita força, nesta celebração de passagem, nem sei mais como dizer.....
Muito obrigado por ter batizado a música, e pelo seu belo trabalho de arte e de amor.
Nelson

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